O mundo todo está passando por uma mudança na abordagem energética, em especial a elétrica.
Nos países desenvolvidos esta mudança já começou há mais de 20 anos, mas o Brasil, por razões estruturais e conjunturais, ainda está atrasado nesta mudança. Um dos aspectos desta mudança é forma em que a geração de energia é realizada.
Até bem pouco tempo atrás, a geração de energia era realizada por meio de grandes usinas geradoras, sendo que na Europa eram utilizados combustíveis fósseis ou nucleares, e no caso do Brasil a base da geração de energia é a usina hidroelétrica.
Os combustíveis fósseis e nucleares causam grande impacto ambiental, sendo que o fóssil ainda tem reserva limitada. As barragens necessárias para as usinas hidroelétricas brasileiras têm um impacto ambiental e por isto nas últimas décadas a área alegada, para a mesma potência gerada, sofreu uma significativa redução, causando assim, uma maior dependência das condições climáticas.
Energia eólica, e energia solar, são apenas alguns tipos de geração de energia renovável.
O uso dos sistemas de energia renováveis tem provocado uma mudança nos padrões energéticos. Um dos fatores para esta mudança é a queda significativa dos custos destes sistemas, o que tem viabilizado a geração de energia de menores potências.
O aumento da geração distribuída de energia por meio de edifícios residenciais, comerciais, hospitais, universidades, entre outros, tem potencializado ainda mais o uso de fontes de energia sustentáveis, dente elas a energia solar e eólica.
Tais fatores deixam evidente que as novas formas de geração de energia não têm mais retrocesso, é algo que veio para ficar e irá crescer cada dia mais.
Mas, é importante que seu crescimento ocorra de maneira organizada, onde haja o suporte por parte dos órgãos governamentais, criando incentivos tributários, regulamentação adequada, financiamento de pesquisas, entre outros.
Até há alguns anos atrás, quando um empreendimento começasse a ser planejado, um requisito básico a ser considerado, antes sequer da viabilização do projeto, era verificar se o local onde a edificação seria construída disponibilizava de uma rede pública de distribuição de energia, no qual pudesse fornecer energia suficiente para aquele empreendimento.
Atualmente, este pensamento tem mudado completamente. Basta conferir a quantidade de novos empreendimentos que estão sendo certificados como construções verdes, onde muitas delas incluem a geração própria de energia, utilizando principalmente os sistemas fotovoltaicos.
Segundo dados do GBC (Green Building Council), responsável pela certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), em 2018, o Brasil ocupava a 4ª posição, em um ranking de 165 países que possuem certificação LEED. No acumulado total, o país possui 1.345 registros, sendo 533 certificações espalhadas em 25 estados brasileiros e Distrito Federal.
Quando um empreendimento é autossuficiente em energia, significa que toda a energia elétrica consumida será produzida pelo próprio empreendimento, podendo este ser uma indústria, um comércio, um edifício residencial ou comercial, ou ainda uma residência.
É o caso da nova sede da RAC Engenharia, que em 2017 se tornou o primeiro edifício corporativo do país autossuficiente em água e energia elétrica, o que lhe conferiu a Certificação LEED Platinum.
Toda a energia elétrica utilizada no prédio, incluindo elevadores e outros equipamentos, é gerada por painéis solares fotovoltaicos.
Telhado do Edifício da RAC Engenharia em Curitiba coberto por placas solares fotovoltaicas
Na região do nordeste brasileiro, por exemplo, são inúmeros os empreendimentos construídos com energia solar fotovoltaica. Muitos deles, inclusive, consideram a energia eólica também.
Quando se fala em utilizar uma matriz energética alternativa, para o suprimento de energia de um empreendimento algumas premissas devem ser consideradas, sendo a principal delas, o projeto de instalações elétricas.
Um projeto de instalações elétricas bem elaborado é dividido em três fases: conceitual, básico e detalhamento.
Sempre que possível, o projeto considera todas as soluções necessárias, e ainda:
Imagine se você precisa realizar alguma mudança na instalação elétrica da construção, e não possui o projeto de antemão? Consegue imaginar os custos adicionais que isto pode acarretar?
Empresas que economizam na elaboração de um projeto, demonstram grande imaturidade empresarial, visto que o custo de um projeto é muito baixo, se considerar todos os benefícios que ele pode gerar.
Outras premissas importantes devem ser consideradas na implementação da geração distribuída de energia de um empreendimento. São elas:
Falaremos um pouco mais sobre estas outras premissas, em nosso próximo artigo.
Aguardem!
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